sábado, 3 de dezembro de 2011




Confusão.
Cheiro.
Olhares.
Decepções.
Insônia.
Desejo.
A vida vai seguindo... jorrando, linda, bela.
Eu me perco no meio de tudo isso.
Mas feliz.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011






"Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Prá mudar a minha vida
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva..."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Trabalho novo meu.
ADOREI!

terça-feira, 15 de novembro de 2011



-Oi.
-Oi.
- Que isso? Sangue?
- É. Ás vezes eu sangro. Mas nem sempre dá pra ver.
- Dói?
- Dói.

domingo, 23 de outubro de 2011


Em BH chove,
Chove,
Chove,
Um pingo atrás do outro que irrita, que conforta, que esconde,
Que dá vontade de enfiar para dentro de mim.
Mas que dá coragem também de pegar uma bela sombrinha colorida e sair por aí, desafiante.
É incrível como as coisas ficam mais belas na chuva, com a chuva.
Parece que ela molha a gente, abaixa, acalma e deixa expôr todo o amor que precisa de água para viver.

“Vai desabar água
Algodão vai,
Desabar água
Pra lavar o que tem que limpar
Pra lavar o que tem
Vai desabar água e é pro nosso bem”
Gero Camilo

domingo, 25 de setembro de 2011




Eu sei que vai passar ligeiro,
Eu sei que há de ser delicioso,
Eu sei que vai ser intenso e belo.
Aí... porque as estréias passam tão rápido!
Meu coração tem habitado uma bateria de carnaval enlouquecida.

domingo, 18 de setembro de 2011




Sinto falta tua batendo sem piedade na minha nuca.
Esse tempo sem ti me faz respirar Gabriel García Márquez.

domingo, 28 de agosto de 2011



Meu pensamento é certeiro.
Ele vai no teu olhar,
no teu cheiro.
Desejo.
Aí de mim!

sábado, 6 de agosto de 2011




Hoje acordei e resolvi simplesmente apagar,
apagar aquilo que não me serve mais,
que ocupa espaço,
que dói,
que não me alimenta mais...
resolvi me alimentar menos,
só do que realmente me sacia.

domingo, 24 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ABSURDO!




Convocação
Ontem o artista Alexandre de Sena foi agredido por policiais em um posto de conveniência de Blumenau. Alexandre é homem, ator, negro, dj, designer, gentil entre tantas outras coisas. Ele está presente na cidade a convite do FITUB – Festival Internacio...nal de Teatro Universitário de Blumenau, juntamente com a Associação No Ato Cultural, de Belo Horizonte. O Festival celebra o teatro e os bons encontros e faz isso com competência, inteligência, cores. Muitas cores. Somos artistas, somos agentes políticos, mobilizadores e formadores. Dois policiais chegaram ao posto de conveniência, por volta de três e meia da madrugada, com a intenção de retirar as pessoas do local. Não havia baderna ou desordem. Barulho, talvez. A maneira escolhida para dispersar o grupo foi agressiva. Uma pessoa não saiu. Estava aguardando amigos que saiam do posto de conveniência. “Vaza, negão!”. Foi o que se ouviu. Ele não vazou e com a coragem e delicadeza dos valentes avisou que não sairia, aguardaria os amigos e que essas não são as formas certas de abordagem. Seguiram-se socos, pontapés e coronhadas de escopeta em apenas uma pessoa. Coronhadas de escopeta. Já viu uma escopeta? É uma arma que paralisa, mata e pelo visto, servem também para coronhadas em jovens na madrugada. Enquanto alguns questionaram incisivamente os policiais, apenas um, justamente o que não que não questionou, apenas exerceu seu direito de ficar onde está, saiu com marcas pelo corpo. O que o diferenciava dos outros? Junte isso a um “vaza negão” e o que se tem? RACISMO. Se antes o barulho era um talvez, agora o barulho é uma certeza. Não se bate em negros, ruivos, latino-americanos, argentinos, bolivianos, chilenos, japoneses, mulheres, alemães, gays, crianças, cachorros, em ninguém. Não se deixa marcas pelos corpos ou se dilacera almas. O barulho é nosso. As cores são nossas. Dezenas de pessoas viram. Pessoas de Blumenau, de Minas Gerais, da Argentina e de outros locais. Quinta – feira, dia 14 de Julho, vamos do Teatro Carlos Gomes até o IML juntos. Quando se agride uma pessoa, nos sentimos todos agredidos. Iremos todos juntos, fazer exame de corpo de delito. Nossas marcas, ao contrário das de Alexandre, não são aparentes. Mas estamos todos feridos. 14 de Julho, quinta-feira, 09:30 da manhã, do Teatro Carlos Gomes ao IML Ver mais
Por: Alexandre de Sena


O comandante da Polícia Militar de Blumenau – Cláudio Roberto Koglin - afirmou que os policiais que agrediram Alexandre de Sena não serão afastados do trabalho, por não se tratar de uma situação de tamanha gravidade. - hm??? o que? marcas no corpo, tímpano rompido, agressão de graça? Alguém me explica o que é tamanha gravidade então?

segunda-feira, 27 de junho de 2011




Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Clarice Lispector

sexta-feira, 20 de maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011



Nesse momento queria uma música feita pra mim,
uma mensagem,
uma fotografia,
um cafuné,
acho que é culpa do frio,
ou da falta que você me faz.
Saudades ardidas do cheiro seu.

Encontre mais artistas como luiz gabriel lopes em Myspace Music

segunda-feira, 9 de maio de 2011




E R. me diz:
É o relógio com preguiça de trabalhar.

sexta-feira, 6 de maio de 2011




É curioso e triste ver a busca desenfreada das pessoas por remédio.
Ele pode ajudar em muitos casos, sim.
Mas infelizmente ele não resolve.
E não vai resolver.
E então camará? Como é que faz?
Cada um sabe de si. E nada melhor de que o próprio sujeito dizer sobre o que o aflige e sobre o que ele próprio pode fazer por si.

“VLADIMIR - Eis aí um homem de uma peça que a toma por seu calçado, quando a culpa o tem o pé.” Esperando Godot, Samuel Beckett

domingo, 17 de abril de 2011



"Sou o rei da loucura,
da loucura sou realeza,
com o samba na cintura
sou maluco beleza!"

Refrão do samba enredo do Juliano (usuário do Serviço de Saúde Mental em BH) vencedor do 7º concurso de Samba de Enredo para o 18 de Maio! Dia da Luta Antimanicomial no Brasil.

segunda-feira, 4 de abril de 2011




Nesse corre-corre que me encontro
quero mais é catar ovo de páscoa no meio do mato!

segunda-feira, 21 de março de 2011


Porque hoje eu acordei e fui correndo ver o mar antes de voltar pra casa.
Respirei bem fundo várias vezes, ele tava gelado, um gelado tão agradável...
Me chamou mesmo assim para entrar nele,
Entrei,
Cuidadosamente porque estava bravo também,
Inebriantemente gelado, grande e bravo.
Aiai...

terça-feira, 15 de março de 2011



Balcão de recepção
-Oie Wirginia! Tah boa?
- Tô e você?
- Tô bem.
- Só falta dim dim. – diz ela.
passa tempo, começo a folhear uma revista ao lado dela e surge uma figura de notas de cinquenta e cem reais e ela faz alarde:
- Olha só!
- O que você compraria com um tanto de dinheiro Wirginia? – Eu pergunto.
- Biscoito e refrigerante! - Ela responde impávida sem pestanejar.

*Wirginia é portadora de sofrimento mental, usuária de um dos CERSAMS de Belo Horizonte.

terça-feira, 8 de março de 2011



E o encanto acontece nos detalhes,
me rendo aos poucos,
com medo - Claro!
tem coisas que não se deve tentar entender,
se jogar?

também nem tanto, tô cabreira.

domingo, 6 de março de 2011



Janela aberta,
cheirinho de chuva,
perfume forte,
batom rubro,
deixa eu ir ali brincar no carnaval!

quinta-feira, 3 de março de 2011




"e a velha bailarina torta que bailava em busca de um amor,
entrou,
fechou a porta,
deitou então silenciou."

Léo Fressato

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


Ta ra ra... Ta ra ra... Ta ra ra...

O tempo aqui continua quente, mas aquele ar estranho foi embora e deu lugar a uma coisa boa sem nome.
Aí eu fico a pensar o que posso fazer por esse mundo, por mim...
Como não me vêm muitas respostas eu rezo, penso, agradeço e tento fazer o bem. Assim.
Tentando escutar e seguir os bons. Somente.
É tempo de refletir.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


O tempo zuuufffy
E eu aqui.
Envelhecendo,
Amadurecendo,
Passando pra trás,
Ás vezes lentamente evoluindo,
Calor,
Vontades,
Desejos,
De tudo que eu quero o que agora posso é querer uma cerveja absurdamente gelada.
Só de pensar já sinto ela na minha boca, descendo sob a minha língua, faringe, laringe, trocando de temperatura comigo e aliviando o meu fervor,
Subitamente.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011




É noite após um dia quente,
vontade de sair por aí andando nas ruas sozinha, descalça...
sem pensar, sem falar, respirando a caminhar ,
sentir o asfalto gelado,
mais nada.

domingo, 30 de janeiro de 2011



Quando o corpo fica quente e você não sabe muito bem para onde ir.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011



Eu não sei de nada.
Não sei se acredito – Posto que já acreditei demais.
Só sei que gosto da tua barba desnudando as minhas costas,
Do jeito que me cheira,
Do teu cheiro impregnado em meu corpo,
Do nosso cheiro espalhado nos cômodos,
Da felicidade trivial,
Dos teus pés indo de encontro aos meus,
Do seu sorriso junto ao meu,
De nós dois.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Lenda de Narciso




Há milhares de anos atrás, na antigüidade mais remota do povo grego, nas terras da Beócia [1], nasceu Narciso, filho do rio Cefiso, que tomara à força a ninfa Liríope. Narciso era belíssimo e sua mãe, ansiosa por saber-lhe o futuro, procurou um famoso adivinho: o cego Tirésias. Na luz de sua escuridão Tirésias viu e disse:

- Narciso terá vida longa contanto que não se conheça nunca!

Liríope nada entendeu e mesmo consultando os mais sábios, não conseguiu decifrar o enigma daquelas palavras. Enfim, esqueceu a profecia. Narciso cresceu com os traços e as formas de um deus. Assediado pelas ninfas fugia de todas entretido com os jogos de caça, indiferente ao sofrimento das paixões não correspondidas que despertava.

Um dia, porém, cansado de longa jornada, quedou-se na relva à beira de um lago e, inclinando-se a fim de beber, pois tinha sede, eis que na superfície estática da água, deparou-se Narciso com o reflexo perfeito do próprio rosto, coisa que nunca vira antes em toda a sua vida. Extasiou-se. Nas palavras de Ovídio [2], assim reagiu o jovem, enamorado de si mesmo:

"...o rosto fixo, absorvido com esse espetáculo, ele parece uma estátua de mármore de Paros. Deitado no solo, contempla dois astros, seus próprios olhos, e seus cabelos, dignos de Baco, dignos também de Apolo, suas faces imberbes, seu pescoço de marfim, sua boca encantadora e o rubor que colore a nívea brancura de sua pele. Admira tudo aquilo que suscita a própria admiração. Em sua ingenuidade, deseja a si mesmo. A si mesmo dedica seus próprios louvores. Ele mesmo inspira os ardores que sente. Ele é o elemento do fogo que ele próprio acende. E quantas vezes dirigiu beijos vãos à onda enganadora! Quantas vezes, para segurar seu pescoço ali refletido, inutilmente mergulhou os braços no meio das águas. Não sabe o que está vendo, mas o que vê excita-o e o mesmo erro que lhe engana os olhos acende-lhe a cobiça. Crédula criança, de que servem estes vãos esforços para para possuir uma aparência fugitiva ? O objeto de teu desejo não existe. O objeto de teu amor, vira-te e o farás desaparecer. Esta sombra que vês é um reflexo de tua imagem. Não é nada em si mesma; foi contigo que ela apareceu, e persiste, e tua partida a dissiparia, se tivesses coragem de partir."

Mas Narciso não partiu. Ali permaneceu, paralisado de amor pela imagem aprisionada no espelho d'água. Não comia, não bebia para não se afastar por nem um segundo da imagem no lago, não dormia. Definhou. Morreu, afinal, de fome, de sede, de exaustão. Depois de morto, ainda assim não teve paz: nas profundezas do Hades, Narciso continua sua auto-contemplação debruçado às margens do rio Estige. Na superfície da terra, nos bosques, as ninfas pretendem fazer as cerimônias fúnebres mas eis que o corpo desapareceu e no seu lugar brotou a flor amarela e branca que hoje conhecemos pelo nome daquele que amou somente a si mesmo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Belas Artes

Hoje acordei com sessenta e quatro anos,
Fui pro cinema só, comprei um machiatto e fiquei enebriada com o cheiro da pipoca.
A sutileza do cinema num final de domingo me aquece pra semana toda.


E se eu te contar que cansei de te amar?
E se eu te contar que cansei de sofrer, de sonhar e acreditar ?
E se eu te contar que eu joguei as cartas na mesa e resolvi de uma vez por todas me curar desse amor que me ensandece sem nem ousar pedir licença?
E se eu te contar que morri?
Ora pois, estou agora, portanto, morta.

Então...




"...foi quando eu senti, mais uma vez, que amar não tem remédio." Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


“Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela...
E...
Isso era tudo.”
(Caio Fernando Abreu)



Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

(Clarice Lispector)