domingo, 24 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ABSURDO!




Convocação
Ontem o artista Alexandre de Sena foi agredido por policiais em um posto de conveniência de Blumenau. Alexandre é homem, ator, negro, dj, designer, gentil entre tantas outras coisas. Ele está presente na cidade a convite do FITUB – Festival Internacio...nal de Teatro Universitário de Blumenau, juntamente com a Associação No Ato Cultural, de Belo Horizonte. O Festival celebra o teatro e os bons encontros e faz isso com competência, inteligência, cores. Muitas cores. Somos artistas, somos agentes políticos, mobilizadores e formadores. Dois policiais chegaram ao posto de conveniência, por volta de três e meia da madrugada, com a intenção de retirar as pessoas do local. Não havia baderna ou desordem. Barulho, talvez. A maneira escolhida para dispersar o grupo foi agressiva. Uma pessoa não saiu. Estava aguardando amigos que saiam do posto de conveniência. “Vaza, negão!”. Foi o que se ouviu. Ele não vazou e com a coragem e delicadeza dos valentes avisou que não sairia, aguardaria os amigos e que essas não são as formas certas de abordagem. Seguiram-se socos, pontapés e coronhadas de escopeta em apenas uma pessoa. Coronhadas de escopeta. Já viu uma escopeta? É uma arma que paralisa, mata e pelo visto, servem também para coronhadas em jovens na madrugada. Enquanto alguns questionaram incisivamente os policiais, apenas um, justamente o que não que não questionou, apenas exerceu seu direito de ficar onde está, saiu com marcas pelo corpo. O que o diferenciava dos outros? Junte isso a um “vaza negão” e o que se tem? RACISMO. Se antes o barulho era um talvez, agora o barulho é uma certeza. Não se bate em negros, ruivos, latino-americanos, argentinos, bolivianos, chilenos, japoneses, mulheres, alemães, gays, crianças, cachorros, em ninguém. Não se deixa marcas pelos corpos ou se dilacera almas. O barulho é nosso. As cores são nossas. Dezenas de pessoas viram. Pessoas de Blumenau, de Minas Gerais, da Argentina e de outros locais. Quinta – feira, dia 14 de Julho, vamos do Teatro Carlos Gomes até o IML juntos. Quando se agride uma pessoa, nos sentimos todos agredidos. Iremos todos juntos, fazer exame de corpo de delito. Nossas marcas, ao contrário das de Alexandre, não são aparentes. Mas estamos todos feridos. 14 de Julho, quinta-feira, 09:30 da manhã, do Teatro Carlos Gomes ao IML Ver mais
Por: Alexandre de Sena


O comandante da Polícia Militar de Blumenau – Cláudio Roberto Koglin - afirmou que os policiais que agrediram Alexandre de Sena não serão afastados do trabalho, por não se tratar de uma situação de tamanha gravidade. - hm??? o que? marcas no corpo, tímpano rompido, agressão de graça? Alguém me explica o que é tamanha gravidade então?