domingo, o silêncio, o descanso
o decantar da semana
e depois as novas possibilidades,
a pausa possibilita meu pensamento ir a novos lugares...
experimento o novo no mundo das ideias
chego a quase sonhar novamente.
agosto chegou e eu fiquei cansada...
sinto vontade de ficar quietinha em silêncio no sol,
respirando devagar, bebericando o café e sonhando longe.
falta férias, falta fôlego...
o que me faz sonhar?
deixa dormir, deixa desanimar,
devargarzinho, pé ante pé vou me restaurar.
deixa a menina sonhar...
talvez seja preciso viajar.
terminei de fazer uma visita domiciliar enquanto no entorno o movimento do tráfico pipocava,
me senti estranhamente parte daquilo,
olheiros, motos,
homens surgindo nos buracos dos muros ressabiados,
um certo ar de shopping oi, feira hippie e mercado central tudo ao mesmo tempo sabe?
tentava fingir normalidade, perguntava das atividades de vida diária do Sr Joaquim, media a porta do banheiro e construía orientações com ele e a filha,
enquanto ali no quintal que logo dava à rua tudo acontecia...
trabalhadora do SUS que fala.
domingo de manhã, ou carta aberta à Karina Buhr
aprendi a não jogar o amor no lixo.
me ame tanto!
me ame muito!
me ame muito, sim.
pois com amor eu aprendi a respirar melhor.
com os olhos e a alma afetados de amor,
eu existo numa inteireza bonita, sabe?
que agita, transforma, enfeita e eleva meu redor.
me amo tanto que até dói.
aprendi a amar também os meus defeitos.
às vezes, rasgo.
às vezes, erro.
noutras, comparo.
e, em muitas vezes, sangro.
mas amo. amo.
amo tanto.