terça-feira, 12 de outubro de 2010
A arte do cuidado
Você pode estudar muito e se tornar um bom médico, um ótimo psicólogo, um excelente enfermeiro. Mas não tem livro que ensine você a cuidar dos outros.
O cuidado é uma arte cada vez mais rara entre as pessoas. E quase inexistente entre os profissionais da saúde. Uns alegam falta de tempo. Outros se bastam com sua competência técnica. Outros ainda se deleitam sadicamente com o poder que exercem, aumentando deliberadamente o sofrimento alheio.
Considero-me privilegiado quando encontro quem cuide de mim para além de meus achaques físicos. Quando sinto que a escuta ultrapassa a fronteira da minha anatomia e suas mazelas e se abre para toda a dimensão da minha existência.
Estou tocando neste assunto porque hoje é o aniversário de uma dessas artistas do cuidado. Uma que, antes de bisbilhotar sobre os estragos do tempo e do mal uso nesta frágil carcaça, abre-me um sorriso que me assegura que cuidará de mim, seja lá o que eu tenha feito de ruim com o meu fígado.
Alguns a chamam de Doutora Fátima. Eu me reservo o direito de chamá-la de Madame Duques. De um modo ou de outro, é a melhor pessoa que me ocorre chamar quando estou precisando de cuidado.
Ronaldo Monte
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2 comentários:
Que bom que ainda existam Dras. Fatimas escondidas pelos dias...
Como é bom ter pessoas assim por perto! Tão raras hoje em dia...
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