domingo, 2 de novembro de 2025

 domingo, a solidão e o vento.

a solidão tem feito presença na minha vida mais do que de costume,

a cadeira fica ali colocada pra ela.

não tenho medo dela não,

escuto bem,

às vezes dói,

agora ela me colocou pra andar.

"adelante" ela sussurrou nos meus ouvidos entendendo que eu sei que é chegada a hora.


quarta-feira, 15 de outubro de 2025

pensando sobre a pressa sem a perfeição,

sai tudo rabiscado

no reboco,

mas sei lá, isso é meio vintage também.

né?

o mal feito, o mal acabado.

sou um rascunho cheio de força,

feito um furacão.

sangro em enxurrada.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

a primavera chegou 

vesti minha roupa de exaustão

pra ver a banda passar tocando causos de terror

enquanto anestesiada estou

nada vi,

tudo passou,

nada ficou

depois que a banda passar

tocando ritos de horror

depois que banda passar

deixando marcas de dor

depois dela ninguém mais passou

domingo, 14 de setembro de 2025

 esconderijo,

medo,

choro...

arrumo a casa para ver se a paz do ambiente faz morada aqui dentro

João Gomes canta no som e acaricia tudo aqui,

banho com vela,

carinho no gato,

promessa de paz.

seria hoje um domingo aflito?

suspiro fundo,

mas não sei se entendo o que passa aqui dentro.

deixo ás lágrimas cairem.

sensação de abandono.

medo de não conseguir dar conta do banal da vida.

coloca os não onde deve e vai.

sábado, 13 de setembro de 2025

 cê já viu a loucura de perto?

que trem bonito!

carinhoso, sem julgamentos e cheio de troca!

que nem criança legal, sabe?

ando com saudade de viver mais ali, 

com os chamados "fora da caixa".


quarta-feira, 10 de setembro de 2025


nasci numa quarta-feira mas só fui conseguir chorar num domingo.

desde então me apaziguo no silêncio do domingo.

essa ausência de som organiza minhas moléculas, meu sentimentos, meus pensamentos.

consigo ver e sentir o mundo de outra forma e então suportá-lo.

seria fácil para a psiquiatria tradicional me diagnosticar e medicar.

eles fazem isso ao mínimo indício de desvio a dita normalidade.

afinal, o que é a normalidade? me diga você?

algumas terças-feiras já uso tampões nos ouvidos para fingir ser domingo.

meu corpo chora já ininterruptamente por sete dias durante o mês, sim, quase uma semana inteira esvaindo pelas minhas pernas, me causando dores, pensamentos de morte e terminando em um alívio rodopiantemente vermelho.

você já sentiu cheiro do seu próprio sangue? você já provou o seu próprio sangue?

eu choro sangue.

eu choro dor, alívio, desespero e um pedido desesperado por calma e paz – todo mês.

falar disso é um tabu pra você?

talvez eu devesse voltar meu olhar pra semana que vai começar ou até mesmo para o hoje, para o agora e por esse pequeno nó parado aqui na minha garganta. um choro pedindo socorro para sair?

o cid artista me faz assim: sensível demais. rindo muitas vezes quando não é para rir, chorando quando muitas vezes não é pra chorar, olhando muitas vezes para o que não é para olhar.

eu tento parar.

mas é mais forte que eu.

olha : tá acontecendo outra vez ! (atriz se atenta ao pequeno feixe de luz ao lado direito do palco que a faz lembrar de um riacho que fluía e um dia de extrema felicidade e faz seus olhos encher d’água ).

parece uma voz falando dentro da minha cabeça : vai, sái correndo, dança, rodopia, pode miar!

a vida está insalubre para gente que sente e então estamos todos medicados para evitar o extermínio.

show de horrores e comparativos no instagram/vida online : é vida ou é cena?

festa de superficialidade rolando nos bares, praças e encontros

bandejas de produtos todos imprescindíveis à vida servidos guéla a baixo

correria desenfreada na sociedade do sucesso que só serve fracasso

eu?

não tô tendo tempo para chorar

tem uma semana que não olho o céu

cadê o desejo?

o sonho já não existe.

domingo, 7 de setembro de 2025

 domingo, o silêncio, o descanso 

o decantar da semana

e depois as novas possibilidades,

a pausa possibilita meu pensamento ir a novos lugares...

experimento o novo no mundo das ideias

chego a quase sonhar novamente.